2 E vi um anjo forte, bradando com grande voz: Quem é digno de abrir o livro e de desatar os seus selos?
3 E ninguém no céu, nem na terra, nem debaixo da terra, podia abrir o livro, nem olhar para ele.
4 E eu chorava muito, porque ninguém fora achado digno de abrir o livro, nem de o ler, nem de olhar para ele.
5 E disse-me um dos anciãos: Não chores; eis aqui o Leão da tribo de Judá, a raiz de Davi, que venceu, para abrir o livro e desatar os seus sete selos.
Traçando Conexões
Em nosso último estudo, vimos como João ainda estava no serviço de adoração na gloriosa sala do trono que começamos a ler no capítulo 4. Com apenas uma frase em Apocalipse 5:1, aprendemos que tipo de serviço João estava testemunhando. Ele estava em uma cerimônia de coroação! O Pai estava em Seu trono, e ao Seu lado direito havia um rolo selado, marcando o lugar para alguém que ainda não estava lá. Tudo parecia pronto para a coroação prosseguir, para que o novo Rei pudesse sentar-se ao lado do Pai e pegar o rolo, um ritual com o qual João estava familiarizado desde os tempos antigos. Uma coisa ainda estava faltando: onde estava o novo Rei?
Visão Detalhada
*** Quem é digno? ***: Enquanto João contemplava toda a cena maravilhosa ao seu redor, olhando para o lado vazio do trono, ele direcionou seu foco para o rolo selado. Ele estava ocupando um lugar de extrema importância. No entanto, ninguém estava se movendo para abri-lo. O novo Rei ainda não estava lá. Foi então que João viu um anjo e ouviu uma voz. João achou que era importante diferenciar esse anjo de todos os outros presentes ali. Esse era um anjo forte, que tinha uma pergunta um tanto forte também: “Quem é digno de abrir o livro e de desatar os seus selos?” (Apocalipse 5:2). Essa pergunta aparenta ser bem estranha, já que no capítulo 4, todos os seres celestiais estavam exaltando o Pai, que se assenta no trono, e que “é digno de receber a glória, a honra e o poder.” (Apocalipse 4:11). Muito provavelmente, nossa primeira reação seria responder ao anjo forte algo como: ‘Deus é digno, e Ele está sentado bem ali!’ Mas o verso 3 do capítulo 5, nos revela uma informação chocante: “E ninguém no céu, nem na terra, nem debaixo da terra, podia abrir o livro, nem olhar para ele.” A expressão ‘ninguém’ foi traduzida do grego Oudeis, que significa “ninguém, nenhum, nada”. Em outras palavras: ninguém no Céu, e ninguém na Terra (vivo ou morto) podia abrir ou olhar para o livro.
*** Eu chorava muito ***: Não havia ninguém digno para completar essa tarefa. O que significa ser digno nesse contexto? E o Pai, não tinha sido considerado digno no capítulo 4? Para podermos compreender essa aparente contradição, vamos ter que esperar até o verso 5. Nesse meio tempo, João se deu conta de que sem alguém para abrir os selos, ninguém iria poder ler o conteúdo do livro. Ele ficou profundamente preocupado. Uma vez que João era judeu, muito provavelmente ele podia enxergar a conexão entre o rolo do concerto que os reis israelitas da antiguidade precisavam receber em sua coroação, e o rolo ao lado de Deus Pai. Ele compreendeu que a Terra e o Céu iriam ficar sem um Rei, se ninguém fosse achado digno de abrir os selos. Os termos especificados no rolo não poderiam ser executados. Quando João percebeu a seriedade do problema, uma onda de emoções devastadoras tomou conta dele, e por isso “chorava muito” (Apocalipse 5:4).
*** O Leão da tribo de Judá ***: No meio do desespero de João, ele escutou um dos anciãos dizer que um ser especial havia acabado de chegar na sala do trono: “eis aqui o Leão da tribo de Judá, a raiz de Davi, que venceu, para abrir o livro e desatar os seus sete selos.” (Apocalipse 5:5). Como seria possível o Leão da tribo de Judá ser digno de abrir os selos? Apocalipse 5:3 diz que ninguém, na Terra ou no Céu podia abri-los. O Leão, então, teria que estar em algum lugar entre a Terra e o Céu no momento em que isso foi dito. Como o Leão é de uma das tribos de Israel, podemos entender que o ponto de partida era, na realidade, a Terra. A expressão ‘Leão da tribo de Judá’ é uma referência ao texto em Gênesis 49:9, onde Judá foi comparado a um leão vitorioso.
*** A raiz de Davi ***: João então identificou o Leão mais especificamente como sendo a Raiz de Davi. Apocalipse 22:16 nos diz claramente quem era a Raiz de Davi: "Eu, Jesus, enviei o meu anjo para dar a vocês este testemunho concernente às igrejas. Eu sou a Raiz e o Descendente de Davi, e a resplandecente Estrela da Manhã".
- A Raiz: O profeta Isaías havia declarado que surgiria um ramo do tronco de Jessé (Isaías 11:1). Jessé era, na realidade, o pai de Davi, e ele era da tribo de Judá. Jeremias e Zacarias também falaram a respeito desse mesmo ramo (Jeremias 23:5-6; Jeremias 33:14-16; Zacarias 6:12-13).
- O Descendente: Deus havia feito uma promessa a Davi. Ele disse que seu descendente iria construir a casa de Deus, e que Deus estabeleceria um trono e reino eternos para seus descendentes (2 Samuel 7:12-13). Podemos ler a genealogia de Jesus em Mateus 1:1-17, e ela começa com a frase que diz que Jesus é o filho de Davi.
Visão Geral
As promessas e profecias messiânicas do Antigo Testamento foram cumpridas em Cristo. A maneira como o ancião anunciou a chegada do Leão, não deixou nenhuma dúvida a respeito da Sua identidade. Jesus havia finalmente chegado. Agora fica bem mais evidente que Jesus havia acabado de deixar Seus discípulos na Terra, e estava pronto a se unir ao exército de anjos e aos anciãos. Ele havia vencido, e havia chegado ali, triunfante como um leão, em meio ao trono. João já não mais tinha motivos para continuar chorando. O futuro da raça humana estava seguro. Como diz o verso 5, tudo que João precisava para ter sua esperança renovada, era ouvir a mensagem da chegada de Jesus, e acreditar nEle.
